Que o pregador preocupe-se com seu
conhecimento das Escrituras. Tudo que puder aprender sobre a Bíblia lhe será
útil; e o máximo que já tem alcançado ainda não é o bastante. Sendo que pretende
ser um interprete das Escrituras é imprescindível que a conheça profundamente.
É detestável haver obreiros que, a pretexto de humildade, se esquivam de
tornarem-se mestres nas Escrituras. O pregador é como um desbravador; um
desbravador enviado pela cidade faminta a uma terra distante, com o único
objetivo de encontrar e trazer o melhor que puder achar. Na cidade lhe esperam
crianças, jovens e adultos que, atarefados em suas obrigações diárias, esperam
pelo maná que está por vir. Que o desbravador não se atreva a trazer consigo
menos do que lhe foi designado.
Que o pregador preocupe-se com sua vida de
oração. Um alerta se faz necessário aqui. Com o intuito de desmistificar a
oração, muitos espalharam a idéia de que é possível orar em todo tempo, em toda
situação e lugar. Com tal ensino pretendia-se derrubar a idéia de que oração é
apenas aquela feita de joelhos. Está correto. No entanto, na prática, isso tem
servido como travesseiro de penas para a consciência de alguns cristãos,
inclusive obreiros. Nada pode substituir aqueles momentos que passamos
exclusivamente na presença do Senhor, em oração. Da mesma forma que o café da manhã não
substitui o almoço, e a música não substitui a exposição das Escrituras, a
oração como exercício espiritual é insubstituível: “... quando orares, entra no teu aposento e fechando a tua porta, ora a teu Pai que
está em secreto...” (Mateus
6.6).
Haverá
o pregador de se preocupar também com o seu preparo intelectual. Indiscutivelmente,
o Espírito Santo tem utilizado, e de forma poderosa, pregadores sofríveis
tecnicamente. Foi, por exemplo, o que aconteceu na conversão de um jovem que se
tornaria o príncipe
dos pregadores. Spurgeon
nos conta que ao se refugiar da chuva no templo de uma Igreja Metodista,
deparou-se com um pregador que despertava ‘dó’ em
seus ouvintes; porém, o Espírito Santo usou aquele mensageiro para tocar
profundamente no coração de Spurgeon. São casos reais que, no entanto, não
servem como desculpa para aqueles que podendo receber melhor preparo, não o fazem,
quer por preguiça intelectual, quer por um conceito errôneo de espiritualidade.
Quanto mais culto é o pregador, mais fácil
lhe será a árdua tarefa de falar em publico, desde a preparação do seu esboço,
até o momento de entregar sua mensagem aos ouvintes. Isso facilmente se explica
recordando que o cérebro humano funciona como uma espécie de arquivo que
armazena e disponibiliza quantidade enorme de informações, sobre os mais
variados assuntos, nas mais diversas áreas do saber.
O pregador não deve confiar em alguma
revelação instantânea que o salvará no púlpito. Quando o Senhor Jesus fez
promessa de enviar aos seus discípulos um outro Consolador, disse-lhes: “Mas aquele Consolador, o Espírito
Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos
ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João 14.26). Parando apenas na promessa de ser ensinado, muitos se
esquecem do meio utilizado pelo Espírito: fazer lembrar.
Durante cerca de três anos Jesus ensinou
aos seus discípulos coisas que eles sequer eram capazes de assimilar no
momento, mas quando o Dom da Promessa se realizou, todas aquelas informações
passaram a fazer sentido e, hoje, são as bases da coletânea de escritos que
conhecemos como Novo Testamento.
Não é incrível que algum pregador atual se
ache detentor de uma unção que nem mesmo os discípulos tiveram? Portanto, que o
pregador invista em sua bagagem cultural. No caso de possuir alguma formação
superior, não necessariamente em teologia, ele já trará consigo uma bagagem
considerável. Seja como for, seus conhecimentos devem continuar sendo
acumulados diariamente. Como fazê-lo? Com atividades simples como: cursos de
especialização, reuniões cientificas ou culturais, visitas regulares a
bibliotecas, a compra regular de bons livros, a leitura de um bom jornal
diário, ou mesmo pela Internet. Com o passar dos anos o pregador irá notar que
apesar do consciente se ‘esquecer’ de praticamente tudo o que leu, o
inconsciente jamais o fará. Com efeito, o subconsciente criará um arquivo de
informações que podem ser acessadas pelo indivíduo que acumulou conhecimentos
através dos anos.
Fazer anotações daquilo que se lê pode ser
de grande auxilio para usos futuros, desde que se tenha o cuidado de organizar
adequadamente tais informações. De nada valerá um punhado de anotações
aleatórias e confusas. E a informática poderá ser de grande utilidade para o
pregador. Utilizando o sistema de pastas virtuais,
o pregador terá sempre em mãos algo semelhante aos melhores arquivos físicos que
poderia comprar. Falaremos mais sobre esse assunto em outra ocasião.
Deus continue abençoando os nossos pregadores.
Deus continue abençoando os nossos pregadores.
Pr. Marcelo da Costa
Graça e Paz!
ResponderExcluirParabéns amigo. Mandando ver na burrice teológica que permeia os nossos púlpitos.
É mais um pra lutar com a gente.
Um forte abraço!
Pr. Sérgio Pereira
Também eu gostei muito de passar por aqui
ResponderExcluirbeijos com poesia e a mão de Deus
A ignorância tem levado muitos a ruína.
ResponderExcluirObrigado "Africa em poesia" por prestigiar nosso blog. Deus abençoe.
ResponderExcluirPr. Marcelo da Costa
Obrigado Erlon por seu comentário.
ResponderExcluirSuas poucas palavras dizem muito caro amigo, ignorância nada mais é do que desconhecimento e falta de saber, esse por sua vez torna o sujeito alienado, o que é bom claro... para os sistemas existentes.
Abraço.
Pr.Marcelo da Costa
Pastor tenho observado que essa cultura do analfabetismo teológico tem persistido em muitas igrejas, mas algumas como as AD , já tem evoluído bastante, vou colocar seu link lá no meu blog/site também Pr. Marcelo, Abraços....
ResponderExcluirobrigado pela parceria.