Qualquer balanço honesto que se faça da
educação no Brasil deve concluir por uma situação de calamidade pública. Ela
tem a ver com uma visão atrasada e autoritária de desenvolvimento da sociedade.
Desenvolvimento sem inteligência, sociedade somente para poucos. Quando se comparar
o Brasil com outros países capitalistas, o absurdo fica ainda maior. O Japão,
considerado o exemplo moderno de desenvolvimento capitalista, investe
pesadamente em educação, cerca de 40% do total dos gastos públicos. Nos Estados
Unidos, uma das medidas do seu estado de saúde, na competição internacional, é
a verificação do estado da educação, onde se investe pesadamente. Qualquer que
seja o modelo de desenvolvimento, independentemente de sua ideologia, ele se
fará através das pessoas e daquilo que elas forem capazes de realizar a partir
de si próprias. Essas capacidades são elaboradas e transmitidas, socializadas,
através da educação. Por isso é que os gastos com educação são um investimento
produtivo
estratégico
em qualquer país sério. No mundo moderno o processo produtivo torna-se cada vez
mais sofisticado, exigindo trabalhadores capazes de um desempenho equivalente a
todos os níveis. Por mais que a automação prometa um mundo sem trabalhadores
diretos, a verdade é que o produtor, num sentido genérico é insubstituível. Num
país como o Brasil, onde estamos longe desse nível de desenvolvimento e onde
milhões de pessoas não encontram lugar e função no processo produtivo formal,
fica ainda mais evidente o caráter estratégico da educação para o desenvolvimento.
Não investir na educação é, portanto, uma opção pelo subdesenvolvimento.
A educação é também um investimento na
democratização da sociedade, na medida em que possibilita a cada aluno
integrar-se no processo social, cultural e político.
Democratizar o conhecimento, a informação é
uma forma de produção social da cidadania. Não investir na educação é também
uma opção pelo atraso e o autoritarismo.
Ao longo das últimas décadas assistimos à
realização perversa dessas opções que transformaram o Brasil num país rico,
habitado por pobres e marginalizados. Na educação, assim como na saúde, a
estratégia foi simples eficaz. Investir o mínimo possível no sistema público,
que atente às populações de renda baixa. Oferecer todas as regalias e estímulos
ao sistema privado, que atende as elites.
Se o Brasil continuar seguindo este caminho,
com seu discurso privatista, encontrará o campo aberto para completar a obra de
seu antecessor. Se decidir pelo ensino público, universal e gratuito terá que
abandonar sua crença neoliberal e investir decididamente num sistema que agoniza
à espera do golpe final ou do balão de oxigênio.
Na educação também estará sendo decidida a
sorte do desenvolvimento e da democracia.
Pr. Marcelo da Costa
Amém! Pr. Marcelo, que Deus lhe abençoe, e desejo a você e todos os seus familiares um feliz natal e um prospero ano ano. Abraços Pr. Ivan e família.
ResponderExcluirObrigado,caro Pr. Ivan...a você e toda a família um ano novo cheio de bençãos de Deus. Um abração.
ResponderExcluirA educação no Brasil nunca foi levada a sério. Mesmo hoje, com aparentes avanços estatísticos, continuamos muito atrasados. As elites dominantes na verdade não querem e não desejam cidadãos críticos, e consequentemente operários que "pensem", pois sabem do "perigo" que isso representa. O mesmo se dá da área eclesiástica. Muitos líderes evangélicos não são simpáticos ao conhecimento teológico, pois o conhecimento trás autonomia e leitura crítica de mundo, o que para muitos líderes é abominável.
ResponderExcluirDeus abençoe!
Você é especial. Tem um selinho para você em meu blog. www.blogdodepartamentoinfantilipj.blogspot.com
ResponderExcluirBjs
Mário Sérgio, excelente fala a sua. Sem dúvida em todos os segmentos existentes, o sujeito de preferência dos que detém o poder são os alienados. Quando se é ignorante, no sentido é claro do desconhecimento o homem se torna manipulável e apenas um eco de pensamentos e ações já existentes. Mas não vamos permitir que nos intimidem, sejamos nós e façamos outros sujeitos de autonomia.
ResponderExcluir