terça-feira, 19 de julho de 2011

A Liturgia do Culto e o Culto da Vida



O Salmo 50 nos revela advertidamente a possibilidade de que o convívio com o sagrado pode nos afastar do sagrado. A coisa mais tenebrosa na igreja é acostumar-se com o evangelho. Nasceu no evangelho, acostumou-se na igreja e agora para ele o evangelho não é mais uma
novidade. Não há mais poder, não há mais alegria, não há mais renovo. Deus é um Deus que exige coerência. Deus é um Deus que exige compromisso e seriedade com a aliança. Deus é um Deus que deseja que lembramos que temos com ele um vínculo sério e profundíssimo. Nós não podemos agradar a Deus de maneira mecânica e artificialista. 

No Salmo 50 o salmista está se referindo a um povo que procurava agradar a Deus mecanicamente e no v.7, Deus diz que quer testemunhar contra seu  povo, apesar do povo, não pecar por falta de culto, como revela o v.8 “Não te repreenderei pelos teus sacrifícios, ou holocaustos, de contínuo perante mim”. 

Por que razão Deus pretendia se levantar e protestar contra o povo? O pecado daquele povo era pensar duas coisas basicamente erradas a respeito de Deus. Primeiro, pensar que Deus era um ser carente de culto. Em segundo lugar, pensar que a liturgia do culto poderia substituir o culto da vida. O v.14 diz: “Oferece a Deus por sacrifício de louvor, e paga ao Altíssimo os teus votos...” esta é a descrição do culto que Deus quer.

Ainda no v.20 nos é apresentado pelo salmista o culto que aquele povo prestava a Deus, “Tu te sentas a falar contra teu irmão; difamas o filho de tua mãe.”Podemos observar que havia uma extrema oposição entre o que Deus queria e o que o povo apresentava como culto a Ele. 
Deus quer que nos nossos cultos sejamos gratos, que tenhamos compromisso e confiança nele cotidianamente. Os v.vs.16,17,18 nos revelam que o que Deus esperava era coerência (associação íntima) entre a confissão e a vida. Não havia nenhuma relação de coerência entre o que se falava e o que se vivia, ou seja, o povo não vivia o que falava. Deus queria que na liturgia da vida, no culto da vida, aquele povo tivesse cuidado no uso da própria língua. Deus diz nos v.vs 19,20 “Soltas a tua boca para o mal, e a tua língua compõe o engano. Assentas-te a falar contra teu irmão, e difamas até mesmo o filho da tua mãe”. 

Isto nos mostra que Deus quer mais do que um culto, Ele quer que vivamos este culto. Deus quer que tenhamos uma vida coerente, cheia de gratidão, de compromisso e confiança nele, em nosso cotidiano. Ele quer que venhamos estabelecer coerência, harmonía entre o que professamos e o que vivemos, entre o que eu digo e o que eu vivo. Deus quer que tenhamos uma vida que seja capaz de vigiar a nossa própria língua, para não andar destruindo nosso irmão, através de um falar calunioso e injurioso. 

Será que não estamos equivocados concernente a realidade da essência do verdadeiro culto? Satanás quer que vivamos uma vida de aparência. Satanás quer nos enganar, como se existisse uma maneira superficial de fazer Deus esquecer os nossos pecados. Nós precisamos do arrependimento e não podemos substituir a liturgia do culto pelo culto da vida. É por esta razão que nos v.vs 21,22 Deus diz: “Tens feito estas coisas, e eu me calei, pensavas que eu era como tu; mas eu te arguirei, e, em sua ordem tudo porei diante dos teus olhos. Considerai, pois, isto, vós que vos esqueceis de Deus; para que vos não faça em pedaços, sem haver quem vos livre.” 

Deus nos convoca a ofertarmos o nosso culto a Ele sem equívocos, sem pensar que podemos nos esconder Dele; sem supor que há um modo mecânico de agradá-lo; sem imaginar que há uma maneira simples de fazê-lo esquecer de nossos pecados. Nós somos convocados a ter duas percepções básicas, imprescindíveis e insubstituíveis. A primeira é estar consciente de que o que Deus quer de nós é extrema gratidão. O v.23 encerra este salmo de maneira brilhante dizendo: “Aquele que oferece sacrifício de louvor me glorificará”. O que Deus quer de nós é um coração cheio de gratidão. Nós precisamos também saber que o que Deus quer de nós é que a nossa vida aconteça em extrema coerência. O final do v.23 diz: “...e ao que prepara o seu caminho, dar-lhe-ei que veja a salvação de Deus”. Deus deseja  que você prepare o seu caminho, aterre as falhas do seu caminhar, e conserte as passagens escabrosas da sua existência. Faça do projeto da sua vida algo coerente com a vontade de Deus. Deus deseja é coerência, ou seja associação íntima! Deus quer para nós, é que todas as nossas expressões de ação de graças sejam absolutamente conscientes e coerentes, e que os nossos cultos não tenham a pretensão de substituir uma vida reta, grata e apaixonada por Deus.


Por  Pr. Marcelo da Costa



4 comentários:

  1. Amigo pastor, bem vindo ao mundo dos blogueiros de plantao... confesso que nao é facil manter um blog, mas, nao desista, vale a pena, sempre tem alguem procurando coisas boas e acaba "nos" encontrando.
    Abraços do pastor Paulo Silvério

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  2. Olá amigo, obrigado pelas palavras de incentivo estou animado de como blogueiro fazer parte da rede e também contribuir com aquilo que temos recebido de Deus.
    Um forte abraço, Pr. Marcelo da Costa

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  3. a paz do Senhor,muito boa a mensagem, que possamos num
    nca perder a inocência na presença de Deus para que seu Espírito Santo esteja sempre nos quebrantando e falando ao nosso coração. sei que Deus estará sempre te dando forças para continuar a jornada.
    abçs. Pb. Valdinei Fernandes, www.pbvaldineifernandes.blogspot.com

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  4. Olá querido amigo, Pb. Valdinei obrigado pelo comentário, esteremos trabalhando para que mensagens como esta sirvam de nutriente espiritual para tantos quanto desejarem.....Paz..

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